Lisboa: Aldeia Típica de José Franco
Senhores passageiros, o voo tem curta duração, mas promete magia.
Tem miúdos? Gostava de levar os seus pais a passear? Ou gosta simplesmente de conhecer?
Espectáculo.
Sente-se que a dica de hoje é para si.
Entre Mafra e a Ericeira, em Sobreiro, fica a aldeia mais ternurenta de todas as aldeias: a Aldeia de José Franco.
Assim que entramos somos bem recebidos pela brancura da cal bem aperaltada e pelo cheiro a pão com chouriço. Estamos inegavelmente na região saloia.
A aldeia fica abeirada da estrada nacional que me levava vezes sem fim ao sol envergonhado da Ericeira. Hoje foi mais um desses dias. Procurávamos praia, mas acabámos por encontrar um nevoeiro de oeste muito pouco surpreendente. Mas, sendo uma praia de infância, ganhei-lhe estima e um hábito domingueiro.
Hoje, de regresso, movidos pela falta de sol e marasmo de um domingo de descanso, o trajecto pela nacional levou-nos a uma paragem para recordar a Aldeia de José Franco. Possivelmente a última vez que nos vimos foi há 20 anos. Poucas memórias, portanto. E lá parámos, para ver como estava tudo.
E estava tudo óptimo (tanto que vos escrevo, aqui). Como é a aldeia-museu de José Franco?
É precisamente uma aldeia em pequena escala. Cada casa representa os pontos principais de convívio e de comércio que uma aldeia supõe: a igreja, a mercearia, o café da esquina, a padaria, a loja, a casa da música, o relojoeiro, etc. No fundo da aldeia temos, como não podia deixar de ser, um coreto, uma bomba de água e, não fossemos nós estarmos ali, perto de Mafra, um moinho. Dentro de cada casa existem todos os decorativos alusivos às lides típicas de uma aldeia: a casa da música com acórdeão e dezenas de outros instrumentos, a mercearia com balança, com a faca do bacalhau e as vendas a vulso, a padaria com forno. E tantas outras coisas que, por ser uma realidade ainda tão viva para mim, comove-se a minha alma ao lembrar-se de tanta brincadeira no meio de todos aqueles pertences.
No centro da aldeia, está o exlíbris de José Franco.
Casas meticulosamente bem-feitas, detalhadas e com um efeito presépio que me fez afirmar: a aldeia mais ternurenta de todas as aldeias.
Em algumas das casas, como a casa da música, a igreja, etc têm também miniaturas vivas do local que representam.
Há luzes, água que corre no rio, e pessoas em movimento, fazendo-nos sonhar e acreditar que somos parte da história.
Enquanto que para mim e para o A foi reviver tempos que no fundo não são assim tão antigos, acredito que para muitos é aprender realidades do passado. Uma preciosidade, portanto. Especialmente uma preciosidade tão bem conservada há tantos, tantos anos.
Para miúdos e graúdos, é um passeio que vale a pena. E se forem ao Domingo, pode ser que nos encontremos para um Ouriço na Ericeira. Ou fiquemo-nos somente na Aldeia, a comer um pão com chouriço bem quentinho.
Mapa: